Projeto para o Parque Burle Marx
Parte do parque pode começar a ser implantada a partir do mês que vem, segundo promessa do presidente da Terracap, com construção de ciclovias, calçadas e quadras de esportes.
Desde 2012, com a inauguração do primeiro prédio no Noroeste, os moradores aguardam uma definição sobre o parque Burle Marx. Em meio a um impasse judicial (leia Entenda o caso), o governo encontrou uma medida paliativa para acalmar os ânimos daqueles que pedem a implantação do espaço de lazer. No próximo mês, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) vai apresentar à comunidade um projeto que prevê a construção de ciclovias, calçadas e quadras de esportes em uma área que corresponde a um terço do espaço total do parque, que é de 280 hectares. O projeto será discutido em audiência pública.
As obras do sistema viário do parque estavam suspensas pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) desde o ano passado, após auditoria constatar irregularidades na execução. De acordo com o relatório, R$ 10,7 milhões teriam sido desperdiçados na implantação da infraestrutura do parque. Para que o trabalho fosse concluído, a Terracap sugeriu ao TCDF anular o atual contrato e fazer uma nova licitação, mas apenas em uma parte da área destinada ao parque. A área onde há conflitos judiciais com a Associação de Pilotos de Ultraleves de Brasília (Apub) ficará de fora.
O projeto, que segundo a Terracap já está pronto, será apresentado à população em agosto deste ano. A comunidade poderá opinar sobre o documento e, se for aprovado, as obras começariam no mesmo mês. Até lá, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) deve criar e anunciar os integrantes do conselho do parque com representantes da sociedade e do governo. “Nós faremos a primeira reunião do conselho e a audiência para discutir o projeto. A ideia é fazer o edital de licitação logo em seguida. É um começo”, analisou o presidente da Terracap, Alexandre Navarro.
Primeira etapa
A implantação do Parque Burle Marx faz parte das obras para finalizar a primeira etapa de implantação do bairro Noroeste. De acordo com Navarro, a Companhia Energética de Brasília (CEB) concluiu a instalação de 302 pontos de iluminação. Também serão finalizadas as novas redes de água e de esgoto exclusivas para o setor. A sinalização de trânsito e de endereços será implantada. “As oito famílias indígenas que vivem na área sairão de lá e receberão casas, construídas entre o Parque Nacional e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap)”, completou.
O projeto de atualização do sistema de drenagem também deve ser concluído neste ano. O presidente da Terracap explicou que uma nova tecnologia foi implantada para garantir que somente água caia no Lago Paranoá. “Em setembro, começamos o processo de desassoreamento do lado oeste da Ponte do Bragueto”, finalizou Navarro. A segunda etapa de implantação do bairro está prevista para se iniciar no segundo semestre deste ano.
O aposentado Luiz Alberto Martins Bringel, 63 anos, integrante da Associação de Moradores do Noroeste, comemora a retomada das obras do parque. “É uma reivindicação desde que chegamos aqui. Todos vão se beneficiar com a medida e, principalmente, nós, moradores, devido à proximidade e à carência de áreas de lazer”, comentou. Luiz disse entender o fato de o governo não implantar o parque em sua totalidade. “As obras estavam paradas e ainda há a questão da pista de pouso. Estão concluindo aquilo que já tinha começado”, disse.